MUDE POR 30 DIAS

Quando encaramos uma mudança como algo definitivo, permanente, às vezes “pra sempre” ou “nunca mais” podem parecer assustadores - assustadores o suficiente para nos impedir de começar. No entanto, se você alterar esta perspectiva e encarar a mudança como temporária, fazendo um acordo consigo mesmo estabelecendo que após o período de 30 dias você poderá voltar ao que era antes se quiser, psicologicamente a tarefa fica mais fácil. Na prática, o esforço necessário é exatamente o mesmo, mas as chances de você se sabotar psicologicamente ficam menores. Primeiro, porque ao invés de estar lidando com “pra sempre” ou “nunca mais”, você vê a luz no fim do túnel - o final dos 30 dias. Além disso, se você vai fazer algo por um mês e ponto final, ter um prazo para manter consistência reduz a probabilidade de você dar a si próprio a desculpa de “depois eu faço”, afinal o que você tem que fazer é repetir algo diariamente por um mês - e ele está correndo. Não tem depois, a hora é agora… Uma vez iniciado o processo, se você pular um dia, você já sabotou a tarefa (que é fazer algo consistentemente por 30 dias consecutivos) e terá que recomeçar. É evidente que o sucesso de uma experiência como esta vai depender do seu comprometimento, como qualquer outra coisa, mas se comprometer com algo por 30 dias é mais fácil do que se comprometer com algo pra sempre.




Depois dos 30 dias, você terá resultados e informações suficientes para julgar a mudança e, uma vez já acostumado com o novo hábito, fica bem mais fácil mantê-lo indefinidamente se você optar por isso. Caso contrário, simplesmente retorne ao hábito antigo e caso encerrado.



O interessante é que, depois de ser bem-sucedido(a) em manter uma decisão consistentemente por um mês, você terá aumentado sua auto-confiança para fazer o mesmo com outras decisões e muito mais força de vontade para manter a decisão em questão (caso seja esta sua opção), porque você não vai querer desperdiçar o investimento (empenho) e o retorno conquistados nos 30 dias. Mesmo que você ainda precise investir esforço consciente e manter uma certa disciplina, como você já tem 30 dias de resultados, dificilmente vai voltar atrás se aquela mudança trouxe bons resultados para sua vida.



Agora, o que este artigo trouxe de novo para mim - já que o conceito em si eu já conhecia - foi a idéia de utilizar experiências de 30 dias para testar hábitos que eu não sei que resultados trarão e vivenciar experiências novas. O Steve dá alguns exemplos e faz algumas sugestões de testes de 30 dias que eu achei muito interessantes, tais como:



Ficar sem assistir TV por 30 dias (isso eu já fiz e foi excelente! Eu ainda assisto TV, mas muito esporadicamente, certamente muito menos do que assistia antes do teste. O que esta experiência me mostrou foi que eu podia fazer muito melhor uso do meu tempo e assistir TV somente quando realmente quero relaxar e não quero fazer coisas mais produtivas.)

Conhecer uma pessoa nova todo dia, iniciar uma conversa com alguém novo todo dia

Sair toda noite, ir cada dia a um lugar diferente

Limpar e organizar sua casa ou um cômodo específico todo dia (útil para aqueles quartos cheios de tranqueiras que você quer organizar há tempos! Use os 30 dias para arrumar um pouquinho por dia.)

Chamar alguém pra sair todo dia (se as pessoas vão sair ou não com você são outros quinhentos, o teste consiste em tentar. Se sua taxa de sucesso for 3%, ao menos você saiu com uma pessoa nova, quem sabe até seu futuro marido/esposa). Este exemplo pode ser aplicado a qualquer coisa sujeita a taxas de retorno.

Vícios: ficar sem fumar, beber café, refrigerante ou qualquer outro hábito pouco saudável

Postar no seu blog todos os dias

Ler por uma hora sobre um assunto do seu interesse todos os dias

Meditar todos os dias

Aprender uma palavra nova todos os dias

Caminhar todos os dias

Testar hábitos alimentares ou dietas novas - vegetariana, macrobiótica, vegan, etc… (no caso das dietas, ele diz duas coisas interessantes: primeiro, que em geral as duas primeiras semanas são praticamente de desintoxicação do organismo e que só a partir da terceira semana é que você começa de fato a sentir os efeitos dos novos hábitos no organismo, tais como alterações nos níveis de energia, etc. Segundo, que no caso dele - que já testou várias diferentes - mesmo quando ao final do período ele optou por não mais continuar extritamente com a dieta em questão, acabou incorporando alguns tipos de alimentos que antes não comia ou não conhecia à sua dieta normal.)

O que me parece fascinante é que, com esta idéia em mente, você pode testar uma série de coisas e ter experiências muito interessantes. Em outras palavras, pode extrapolar o conceito de condicionamento de hábitos e transformá-lo em uma ferramenta geradora de experiências. Se elas forem tão positivas que valham a pena serem incorporadas como hábitos, excelente. Caso contrário, ao longo dos30 dias você terá acumulado uma boa diversidade de experiências. Eu acho que o exemplo das dietas, acima, vale pra tudo. Mesmo quando você, ao término dos 30 dias, opta por voltar aos antigos hábitos, ao experimentar e testar alternativas novas você no processo aprende coisas novas também. Embora o hábito em si não se justifique integralmente, algumas das coisas que você aprendeu no processo podem ser de valia e incorporadas como benefícios individuais.



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